O projeto de reabilitação e restauro da sede do Banco de Portugal foi distinguido hoje com o Prémio Valmor e Municipal de Arquitetura.
O Prémio Valmor, atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa, é um dos mais prestigiados prémios de arquitetura nacionais e vem reconhecer a qualidade e a importância da obra promovida pelo Banco de Portugal no âmbito da revitalização da zona histórica da Baixa/Chiado.
O projeto permitiu ao Banco de Portugal honrar o compromisso que assumiu perante a Câmara Municipal de Lisboa de contribuir para a reabilitação da Baixa/Chiado, mantendo naquela zona histórica da cidade parte dos seus serviços e criando na antiga igreja de São Julião um novo espaço de fruição cultural, o Museu do Dinheiro, que foi recentemente distinguido pela Associação Portuguesa de Museologia como o “Melhor Museu do Ano 2017”.
«O Prémio Valmor é uma distinção que honra e que orgulha o Banco de Portugal. O Banco de Portugal é uma instituição consciente de que tem um contributo a dar para a preservação e para a valorização do património, para a promoção da cultura e para o desenvolvimento sustentável da comunidade a que pertence. A reabilitação da sede e a instalação do Museu do Dinheiro são expressão desse desígnio de sustentabilidade, que continua e continuará a ser uma preocupação estratégica do Banco de Portugal», sublinha o Governador do Banco de Portugal, Carlos da Silva Costa.
Refletindo esta orientação estratégica, o Banco de Portugal decidiu investir o valor pecuniário do Prémio Valmor na criação de um novo prémio do Banco que vai distinguir um projeto de reabilitação arquitetónica ou paisagística com benefício evidente para a comunidade.
A reabilitação e recuperação da sede do Banco de Portugal
Os trabalhos de reabilitação e recuperação do quarteirão ocupado pela sede do Banco de Portugal, sob projeto dos arquitetos Gonçalo Byrne e João Pedro Falcão de Campos, decorreram entre 2010 e 2012.
As obras incluíram trabalhos de demolição, reforço de fundações, escavações e a harmonização arquitetónica dos oito edifícios que compunham o quarteirão ocupado pelo Banco de Portugal.
Uma das vertentes mais notáveis da intervenção foi a recuperação da antiga igreja de São Julião, que envolveu a demolição das casas-fortes que aí tinham sido instaladas pelo Banco, o restauro do altar-mor primitivo, a recuperação da cantaria e a reconstituição dos balaústres pombalinos e das pinturas originais.
No decurso das obras foi também identificado na cripta da antiga igreja o primeiro troço conhecido da Muralha de D. Dinis, classificado como Monumento Nacional, que o Banco de Portugal preservou e integrou no percurso expositivo do Museu do Dinheiro, juntamente com um conjunto de vestígios arqueológicos descobertos durante a intervenção.